Inovação? Da parte de quem?
A tão bem dita inovação deve ser um departamento ou uma cultura de sua empresa? A resposta é "Depende".

Você já se perguntou se o caminho mais eficiente para inovar passa por montar um time enxuto e especializado ou por espalhar a atitude criativa pelos quatro cantos da sua empresa? Para quem está começando agora, a resposta não é única: ela depende diretamente do quanto o seu negócio deseja e está preparado para abraçar a inovação. Antes de mais nada, avalie o seu apetite por mudança. Se a sua empresa está dando os primeiros passos e ainda não criou um ambiente que celebre o risco calculado, faz sentido estruturar um núcleo de inovação — um pequeno laboratório livre das urgências cotidianas, onde ideias podem ser testadas sem medo de errar.
A estratégia de “Scaling Edges”, proposta pela Deloitte, é perfeita para esse estágio: em vez de tentar reformar tudo de uma vez, você escolhe pontos estratégicos para experimentar soluções, minimizando custos e protegendo o restante da operação de grandes impactos caso algo não funcione. É como molhar a ponta do pé antes de se jogar na piscina. Ao criar essa área dedicada, você garante foco, recursos e métricas específicas para medir resultados — um verdadeiro campo de testes onde a criatividade tem espaço para florescer.
Por outro lado, conforme sua empresa amadurece e a inovação deixa de ser um projeto isolado para virar parte do seu DNA, vale a pena espalhar esse espírito pela organização inteira, do setor financeiro ao time de manutenção. Negócios que conseguem incorporar a inovação na sua cultura diária — reconhecendo experimentos bem-sucedidos, aprendendo com falhas e incentivando todo colaborador a pensar fora da caixa — alcançam um desempenho muito acima da média. Estudos da McKinsey mostram que essas companhias têm 2,5 vezes mais chances de liderar seus mercados do que aquelas que tratam a inovação como algo distante da rotina.
Mas não adianta abrir um laboratório de ideias se o resto da empresa encara quem quer testar algo novo como um agitador ou reclama de atrasos na entrega do café. A cultura é a base que sustenta qualquer iniciativa inovadora. Pesquisadores como Rodrigues e Vilha apontam que organizações com ambientes propícios à inovação apresentam resultados superiores em adaptação e criatividade, enquanto Cameron e Quinn destacam que, sem um contexto favorável — aquele em que erros são vistos como aprendizado — até o melhor dos times vai naufragar.
No fim das contas, decidir entre um time enxuto de ninjas da inovação ou uma mentalidade criativa distribuída é como escolher entre um café espresso e um coado: depende do sabor que você busca e da pressa do seu negócio. Empresas em fase inicial podem se beneficiar de um empurrãozinho com uma estrutura dedicada, enquanto aquelas que já respiram inovação podem colher frutos simplesmente dando liberdade para cada colaborador propor novos caminhos. O que importa mesmo é ter coragem para experimentar, ajustar a rota com base nos aprendizados e nunca se acomodar. Afinal, inovar é uma jornada contínua — mais sobre atitude do que sobre organograma. E você, como pretende dar os primeiros passos para transformar idéias em resultados concretos?